terça-feira, 26 de fevereiro de 2008

Governo colombiano autoriza Venezuela a receber reféns das Farc

26/02/2008 - 20h54

BOGOTÁ, 26 Fev 2008 (AFP) - O governo colombiano autorizou na segunda-feira a Venezuela a iniciar a operação humanitária para resgatar quatro reféns da guerrilha das Farc, informa o chanceler Fernando Araújo em uma carta divulgada nesta terça-feira em Bogotá.

"Atentamente, confirmo a total disposição do governo da Colômbia para facilitar esta missão humanitária, com a discrição que exige o caso", diz a carta enviada por Araújo a seu colega venezuelano, Nicolás Maduro.

"O governo colombiano reafirma a disponibilidade para iniciar o processo de imediato e assim poder terminar a operação amanhã mesmo".

A carta destaca ainda que o alto comissário para a paz do governo colombiano, Luis Carlos Restrepo, entrará em contato com o ministro venezuelano do Interior, Ramón Rodríguez Chacín, encarregado pelo presidente Hugo Chávez de receber os quatro reféns.

As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) anunciaram que entregarão ao presidente venezuelano os ex-congressistas colombianos Gloria Polanco, Luis Eladio Pérez, Orlando Beltrán e Jorge Eduardo Gechem, em poder da guerrilha há seis anos.

Chacín prevê que a operação de resgate ocorrerá nesta quarta-feira.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2008

Petrobras rejeita redução na compra de gás boliviano

14/02/2008 - 20h48

A Petrobras informou, nesta quinta-feira, através de uma nota à imprensa, que o Brasil não diminuirá a importação de gás da Bolívia.

No texto, de apenas três parágrafos, a empresa destaca que informou ao vice-presidente boliviano Alvaro García Linera sobre a "impossibilidade de reduzir" a demanda do volume máximo de 30 milhões de metros cúbicos por dia de gás natural.

O texto recorda que este volume está previsto no contrato de compra assinado com a estatal boliviana, YPFB.

O comunicado foi divulgado logo após a reunião, na sede da petroleira, no Rio de Janeiro, entre o presidente da empresa, José Sérgio Gabrielli, a diretora de Gás e Energia da companhia, Maria das Graças Foster, e o vice-presidente boliviano e o ministro boliviano de Hidrocarbonetos, Carlos Villegas.

A posição da Petrobras foi divulgada um dia depois da reunião entre as autoridades bolivianas e o presidente Lula, em Brasília.

A expectativa agora é para o apelo que o presidente da Bolívia, Evo Morales, deverá fazer aos colegas do Brasil e da Argentina, Cristina Fernández de Kirchner, numa reunião marcada para o dia 23 próximo, sábado, em Buenos Aires, capital argentina.

Pouco antes da divulgação do comunicado da Petrobras, Morales disse, nesta quinta-feira, em La Paz, que vai conversar com Lula e Cristina para que juntos encontrem uma fórmula para distribuir o limitado gás boliviano aos dois países.

"Na questão da energia temos que atuar dentro da complementaridade entre todos os governos da região", afirmou numa entrevista coletiva.

'Equilíbrio' Morales declarou, segundo a Agência Boliviana de Informação (ABI, agência oficial), que o objetivo do encontro será "buscar o equilíbrio" nessa distribuição. "E ver como nos ajudamos, entre os países (...) para atender esta demanda, principalmente no inverno". Ele disse ainda que juntos vão trabalhar para encontrar "solução para o problema".

A Bolívia é dona da segunda maior reserva da região, mas a queda nos investimentos, como alertou, recentemente, a Câmara Boliviana de Hidrocarbonetos, com sede em Santa Cruz de la Sierra, tem provocado queda nesta produção energética.

Nos últimos meses, as principais autoridades bolivianas, como Villegas, recordaram que as leis do país determinam que o mercado interno deve ter prioridade neste abastecimento. Ao mesmo tempo, o governo boliviano tenta ser "equilibrista" para não deixar faltar gás no Brasil, com quem tem um contrato que prevê multas se não for cumprido, e com a Argentina, que paga mais pelo produto do que o Brasil. Pelos contratos, a Bolívia deveria mandar, além dos cerca de 30 milhões de metros cúbicos de gás por dia (o número varia diariamente), mais de sete milhões de metros cúbicos para o mercado argentino - o que, segundo dados da Câmara de Hidrocarbonetos, não vem sendo obedecido.

De acordo com a ABI, a produção de gás boliviano está em torno dos 40 milhões de metros cúbicos diários e a previsão é de que aumentará para 42 milhões, mas analistas do setor privado estimam que essa soma - entre mercado interno e externo - já supera os 46 milhões de metros cúbicos de gás.

É por isso que Morales pretende falar com os colegas do Brasil e da Argentina sobre a "ginástica" que será necessária para atender aos três países.

Na entrevista, nesta quinta-feira, ele voltou a lembrar que os investimentos estão numa etapa crescente.

Mas assessores do governo recordam que os efeitos na produção neste setor não são imediatos.

UOL

domingo, 10 de fevereiro de 2008

Sarkozy lançará campanha contra garimpeiros brasileiros na Guiana Francesa

10/02/2008 - 09h45


da Efe, em Paris

O presidente da França, Nicolas Sarkozy, que iniciará nesta segunda-feira (11) uma viagem de dois dias à Guiana Francesa, aproveitará a visita para lançar uma campanha contra os garimpeiros brasileiros que atuam na área da floresta amazônica que pertence ao território ultramarino francês.

Sarkozy, que se reunirá com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na terça-feira (12), apresentará amanhã um dispositivo de segurança para combater os garimpeiros de ouro que entram de forma clandestina a partir do Brasil.

Após visitar Campoi, um povoado indígena em um parque nacional próximo à fronteira brasileira, onde mostrará seu apoio às ações a favor da manutenção da biodiversidade, o líder francês anunciará o início da operação.

O "Le Journal du Dimanche" informa neste domingo que dois helicópteros Puma do Exército e outro EC 145 da Gendarmaria participarão desta operação, junto com reforços da França continental em três aviões, contra os garimpeiros ilegais de ouro acusados de poluir os rios com mercúrio.

A geóloga Delphine Miau, que trabalha para as empresas de mineração autorizadas a explorar ouro, disse ao jornal que entre outubro de 2006 e outubro de 2007 a atividade dos clandestinos se estagnou, mas que desde esta última data "os brasileiros se reorganizaram" e sua atividade ilegal voltou a aumentar.

Sarkozy prevê concretizar a cooperação com o Brasil sobre a questão em seu encontro com Lula, que acontecerá em Saint-Georges de l'Oyapock, na fronteira entre os dois países.

No entanto, um alto comando do Exército francês não identificado, citado pelo "Le Journal du Dimanche", mostra ceticismo, levando em conta que "Brasil tem muitos outros problemas".

Os dois presidentes analisarão também a situação dos reféns das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia) e a cooperação bilateral em assuntos de defesa e biocombustíveis, e Lula abordará como retomar as negociações da OMC (Organização Mundial do Comércio), segundo fontes brasileiras.

Fontes francesas disseram que os dois chefes de Estado querem superar a retórica de boas intenções que até agora caracterizou sua relação e criar uma verdadeira associação "estratégica".

Por isso, Sarkozy expressará o apoio para que o Brasil entre no Conselho de Segurança da ONU e para ampliar o G8 (grupo dos sete países mais desenvolvidos e a Rússia), com o objetivo de dar lugar às economias emergentes.