domingo, 21 de abril de 2013

Unasul convocada para apoiar a Venezuela

(ASCOM/PDT - FC)Depois de sua constituição, em 23 de maio de 2008, em Brasília, a União das Nações Sul-Americanas, Unasul, já reagiu aos golpes de Estado em Honduras e Paraguai e pôs fim a uma trama internacional para balcanizar a Bolívia em três pedaços de país, naquele mesmo ano de 2008. Atuando com rapidez e determinação, os 12 presidentes da entidade (à exceção do Paraguai, ainda suspenso) estarão reunidos hoje em Lima para defender a Venezuela de nova assuada golpista, que já matou oito pessoas e feriu outras 63, e respaldar o presidente eleito Nicolás Maduro. Depois do encontro, eles seguirão para Caracas, onde participarão da posse e renovarão seu respaldo a Maduro, em solenidade marcada para esta sexta-feira.
Ao contrário da OEA (Organização dos Estados Americanos), criada pelos Estados Unidos com sede em Washington, para convalidar a política inteervencionista da superpotência, a Unasul, que excluiu esta nação para poder funcionar com independência, quer agora mostrar que já não se dão golpes impunemente. A própria OEA, que ensaiou um apoio à recontagem dos votos, como defendida pelo candidato derrotado Henrique Capriles, na eleição presidencial de domingo em Caracas, teve de voltar atrás, depois da posição unânime dos dos 11 presidentes e reconheceu como legítimo o pleito que deu a vitória a Maduro. Só os Estados Unido, que reconheceram o governo golpista de Pedro Carmona, afastando o presidente Hugo Chávez por 48 horas, em abril de 2002, se a União Europeia que se recusam a fazê-lo.
O encontro ocorre no momento em que uma calma relativa voltou a reinar na Venezuela, sobretudo depois que o presidente interino Nicolás Maduro proibiu uma manifestação convocada pelo ex-candidato Henrique Capriles, tendente gerar mais violência, como detectaram os organismos de segurança do Estado. Maduro chegou denunciou um golpe de Estado em proce3sso, mediante a provocaçnao de cenários de violência em todo o país e a solicitação da oposição venezuelana de uma intervenção estrangeira no país. Até agora, mais de 30 nações reconheceram a e felicitaram a vitória de Maduro, entre elas, Argentina, Equador, Cuba, Nicarágua, República Domincana, El SAlvador, Brasil, Panamá, Chile, colômbia, Uruguai, Haiti, Palestina, Rússia e China
A iniciativa da reunião de hoje partiu do presidente do Peru, Ollanta Humala, que exerce a presidência pro tempore do bloco regional, e terá lugar no Palácio do Governo, em Lima. O chanceler peruano, Rafael Roncagliolo, alegou a importância de os presidentes analisarem juntos a situação da Venezuela e outros episódios passados. Por sua vez, a missão eleitoral da Unasul, que acompanhou as eleições venezuelanas, na qualidade de observadora, considerou que os resultados devem ser respeitados por emanar do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), única autoridade competente na Venezuela. O CNE proclamou Nicolás Maduro por ter obtido 50,78% dos votos, contra 48,95% alcançado pelo candidato opositor Henrique Capriles. Os resultados têm uma tendência irreversível, depois da apuração de 99,35% das atas, com um índice de particpação de 79,78% do eleitorado.
Leia também:
Conheça a violência na Venezuela
Nicolás Maduro atravessou o Rubicão

sexta-feira, 19 de abril de 2013

Unasul saúda eleição de Maduro

Em uma forte demonstração de apoio ao resultado das eleições venezuelanas, a União das Nações Sul-Americanas (Unasul) divulgou na madrugada desta sexta-feira (às 3h10, horário de Brasília) uma declaração em que reconhece o resultado do pleito do último domingo, que elegeu o chavista Nicolás Maduro por uma margem inferior a dois pontos percentuais. O posicionamento da Unasul é uma resposta dos países sul-americanos às manifestações do governo dos Estados Unidos e da Organização dos Estados Americanos (OEA), que defendem uma recontagem de votos.
A declaração felicita o povo venezuelano pela "massiva participação" nas eleições presidenciais de 14 de abril e "saúda o presidente Nicolás Maduro pelos resultados dos comícios e sua eleição como presidente da República Bolivariana da Venezuela". Também insta todos os "setores que participaram do processo eleitoral a respeitar os resultados oficiais da eleição presidencial emanados do Conselho Nacional Eleitoral (CNE), autoridade venezuelana competente na matéria".
"Todo (…) questionamento ou procedimento extraordinário solicitado por algum dos participantes do processo eleitoral deverá ser canalizado e resolvido dentro do ordenamento jurídico vigente e da vontade democrática das partes", sustenta a declaração.
A reunião extraordinária durou cerca de três horas e meia e foi convocada pelo presidente peruano, Ollanta Humala. A chanceleria peruana alega que a reunião atende à solicitação de alguns Estados-membro, mas não especificou qual deles que pediu a realização do encontro. O Peru ocupa a presidência temporária da Unasul.
O Brasil já havia reconhecido o resultado das urnas na Venezuela, mas acompanha com atenção os desdobramentos e teme os episódios de violência nas ruas, que já deixaram pelo menos sete mortos. Em Lima, houve protestos ao longo da quinta-feira à frente da embaixada venezuelana.
O resultado das eleições venezuelanas foi contestado pelo líder da oposição, Henrique Capriles - a diferença de voto entre ele e Maduro foi inferior a dois pontos percentuais, contrariando institutos de pesquisa que previam uma margem bem maior. A Casa Branca e OEA já se manifestaram a favor de uma recontagem de votos, negada pelo CNE.
"Viemos defender a democracia venezuelana, para expressar nosso apoio ao presidente Nicolás Maduro. A defesa da democracia é o mais importante", afirmou o presidente da Bolívia, Evo Morales, antes de participar da reunião.
"(O triunfo de Maduro) é produto da legitimidade, da legalidade, das eleições da Venezuela. A Unasul, depois da sua fundação, se constituiu uma instituição de Estados para defender a democracia frente à agressão do império, frente a provocações de Estados Unidos."
Um dos integrantes da extensa comitiva venezuelana foi flagrado por jornalistas carregando papéis com a compilação de tuítes de Capriles no microblog Twitter, mas o funcionário negou que o material fosse ser utilizado na reunião. "Espero que tudo saia bem", afirmou Maduro ao desembarcar em Lima.
Além de Maduro, Morales e Humala, participaram da reunião no Palácio de Governo do Peru os presidentes José Mujica (Uruguai), Cristina Kirchner (Argentina), Dilma Rousseff (Brasil), Sebastián Piñera (Chile) e Juan Manuel Santos (Colômbia) - o Paraguai foi suspenso após o impeachment relâmpago de Fernando Lugo; o Equador, por sua vez, enviou o vice-presidente Jorge Glass.
A declaração anunciada na madrugada desta sexta-feira também prevê a criação de uma comissão da Unasul para acompanhar a investigação dos atos violentos ocorridos na Venezuela um dia após a divulgação do resultado. Os países da Unasul, por meio da declaração, expressam "solidariedade com os feridos e as famílias das vítimas fatais", invocando que se preserve um "clima de tolerância em benefício de todo o povo venezuelano".
De Lima, a presidente Dilma Rousseff seguiria na madrugada para Caracas, onde deve acompanhar hoje a posse de Maduro, em mais um gesto de apoio ao chavista. "A vida é dura", afirmou a presidente ao sair do Palácio de Governo do Peru.
Questionado se estava satisfeito com a declaração, Maduro respondeu a jornalistas:"Muito satisfeito"