Exército da Colômbia resgata Ingrid Betancourt em ação sem tiros
da Folha Online
Militares da Colômbia disfarçados de trabalhadores humanitários resgataram nesta quarta-feira a política franco-colombiana Ingrid Betancourt, três americanos e 11 militares mantidos reféns pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia).
Betancourt, 46, a refém mais importante das Farc, foi seqüestrada em 2002, quando fazia campanha eleitoral como candidata à Presidência. Sua dupla nacionalidade ajudou a trazer a atenção da comunidade internacional para o caso dos reféns colombianos. Estima-se que cerca de 3.000 pessoas estejam sob o poder de grupos insurgentes no país.
"A operação foi absolutamente impecável", disse Betancourt. "Creio que é um sinal de paz para a Colômbia."
Ricardo Mazalan/AP
Ex-refém Ingrid Betancourt recebe um beijo de sua mãe, ao chegar a Bogotá nesta quarta-feira, após seis anos em cativeiro
Ex-refém Ingrid Betancourt recebe um beijo de sua mãe, ao chegar a Bogotá nesta quarta-feira, após seis anos em cativeiro
A franco-colombiana, os três americanos, três políticos e dezenas de militares e policiais colombianos integravam o grupo de cerca de 40 reféns que a guerrilha propunha trocar por 500 rebeldes presos, após a criação de uma zona desmilitarizada no país.
Logo após ser resgatada, ela agradeceu o Exército em declaração à Rádio Caracol e, minutos depois, chegou a Bogotá, onde se encontrou com sua mãe, Yolanda Pulecio.
O ministro da Defesa Juan Manuel Santos declarou que todos os ex-reféns estão em um estado de saúde razoavelmente bom, apesar das péssimas condições em que viveram no cativeiro, por vezes acorrentados pelo pescoço.
O resgate ocorreu na floresta do departamento de Guaviare, segundo o ministro. Militares colombianos fingiram ser membros de uma organização fictícia que supostamente iria levar os reféns de helicóptero a outro local, para se encontrarem com o líder rebelde Alfonso Cano.
"Os helicópteros, que na realidade eram do Exército pegaram os reféns em Guaviare e os levaram à liberdade", afirmou Santos. Dois guerrilheiros foram capturados na operação.
Arte Folha Online/Arte Folha Online
"Essa foi uma ação sem precedentes", declarou o ministro, em coletiva na sede do Ministério da Defesa, em Bogotá. "Isso entrará na história por sua audácia e efetividade."
Os três americanos libertados trabalhavam para a empresa Northrop Grumman e foram capturados quando o pequeno avião em que estavam caiu no meio da floresta. A serviço do Departamento de Defesa dos EUA, eles participavam de uma operação de erradicação de campos de cultivo de coca no país.
Os três seguiram aos EUA ainda nesta quarta, segundo o governo colombiano.
Comunidade internacional
Em paris, o presidente da França, Nicolas Sarkozy, declarou que seu ministro das Relações Exteriores, Bernard Kouchner, o filho e a filha de Betancourt iam partir na noite desta quarta-feira rumo à Colômbia.
"Hoje, um pesadelo de mais de seis anos acabou", declarou o francês.
O gabinete do presidente havia dito anteriormente que Sarkozy teve uma longa conversa com Uribe. A França vinha pressionando pela libertação de Betancourt, dada sua dupla nacionalidade.
A última prova de vida de Betancourt foi sua imagem em um vídeo da guerrilha divulgado no fim do ano passado, onde aparecia abatida e doente.
A imagem do vídeo e boatos de que ela estaria com uma série de doenças desencadearam uma pressão da comunidade internacional e do governo francês pela libertação de Betancourt.
"Estou cheia de felicidade", disse Astrid Betancourt, irmã da ex-refém, à rádio colombiana. "Esse foram longos anos de espera."
Por telefone, o presidente dos EUA falou com seu homólogo colombiano, Álvaro Uribe, e o parabenizou, dizendo que Uribe é "um líder forte". O colombiano agradeceu a Bush por seu apoio e confiança no governo da Colômbia, segundo Gordon Johndroe, porta-voz do Conselho Nacional de Segurança da Casa Branca.
Em comunicado, a secretária de Estado dos EUA, Condoleezza Rice, também parabenizou Uribe e exortou as Farc a libertarem todos os outros reféns. Rice afirmou ainda que os EUA consideram o grupo responsável pela saúde e bem-estar daqueles em cativeiro.
Com agências internacionais
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