domingo, 18 de maio de 2008

Lima, 18 mai (EFE) - As negociações para um acordo amplo de associação entre a Comunidade Andina (CAN) e a União Européia (UE) terminarão no próximo ano, informou hoje o chanceler peruano, José Antonio García Belaúnde.

"Vamos terminar a negociação no próximo ano e vamos usar esse conceito (da flexibilidade), que tem tantos exemplos no caso europeu, que é a geometria variável, ou seja, não vamos ter todos o mesmo acordo", afirmou hoje o ministro.

Os Andinos e a UE reafirmaram no sábado em Lima sua decisão de negociar "bloco a bloco", mas com um Acordo Marco que buscará flexibilizar os termos da associação às características de cada país da CAN.

A negociação está sendo realizada com base nos pilares políticos, de cooperação e comercial, que poderão ser flexibilizados.

García Belaúnde lembrou que este tema é "notório" no caso do euro, que ainda não é empregado em todos os países europeus.

O chanceler, cujas declarações foram publicadas pela edição digital do jornal "El Comercio", também ratificou que o Peru não pretende dividir a CAN, mas também não aceitará que lhe "imponham o ritmo da Bolívia", o país que mais emendas coloca aos termos da negociação.

"Terá um acordo no qual Bolívia participará de tudo o que lhe parece conveniente e se absterá daquilo que não, ou pelo menos do que não lhe convém nestes momentos", destacou.

O alto funcionário peruano indicou que a idéia de flexibilizar a negociação também permitirá que países que "querem avançar mais" possam progredir em seu objetivo.

"Não podemos penalizar aqueles países que querem avançar mais, porque há países que não estão dispostos a fazê-lo ao mesmo ritmo, com dificuldades que muitas vezes são ideológicas e conceituais", disse.

O acordo de flexibilizar a negociação pode permitir que os mais reticentes à liberalização econômica, especialmente Bolívia, não impeçam o Peru e a Colômbia de ir mais rápido em direção ao livre-comércio com a Europa.

A Bolívia continua exigindo a exclusão de setores inteiros de sua economia de uma eventual liberalização: todos os recursos naturais (gás, minerais e agricultura), os serviços públicos e a propriedade intelectual.

A exclusão destes setores é inaceitável para o bloco europeu.
UOL

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